No setor da saúde as condições de trabalho foram identificadas como o principal fator de exploração no local de trabalho.
Sandra Costa, professora no ISCTE-IUL e investigadora na Business Research Unit (BRU), coordena o projeto EWRI com o objetivo de estudar o impacto da exploração no local de trabalho na produtividade e na saúde dos trabalhadores.
Um dos estudos deste projeto envolveu entrevistas a diferentes profissionais de diversos setores, e encontrou distintas descrições de exploração no local de trabalho.
Por exemplo, nas entrevistas realizadas com trabalhadores do setor da saúde, foi identificada a prevalência da exploração em todos os níveis, desde técnicos operacionais, a médicos, de enfermeiros, a pessoas com cargos de gestão.
“Todos referiram as condições de trabalho como um elemento muito importante para a sua perceção de exploração. O que foi mais interessante foi que as pessoas que se identificam mais com a organização, as que são mais dedicadas ao seu trabalho, e que têm uma vocação para o setor da saúde, são também aquelas que reportam as situações de maior exploração”, revela.
Segundo Sandra Costa, estas perceções demonstram que mesmo algo que pode ser visto como positivo, como ter dedicação ao trabalho ou o sentimento de vocação, podem ser instrumentos de exploração.
Apesar destas pessoas terem uma perspetiva positiva do seu trabalho elas não deixam de ter presente a ideia de que a organização se aproveita delas quanto mais elas querem dar.
O projeto EWRI – Percepções de exploração nas relações de trabalho: Impacto na saúde e comportamento dos colaboradores é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | ISCTE-IUL
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