gestão,
90 seg

Ep. 724 Salomé Cruz – Utentes preferem esperar mais tempo por uma cirurgia não urgente do que realizá-la num Hospital fora da sua área de residência

November 14, 2019

ep724_interiorEste estudo avaliou na região centro a implementação do novo programa de gestão de lista de inscritos para cirurgia. Este programa reduziu os tempos máximos de espera para cirurgia não urgente de 270 para 180 dias, dando ao utente a possibilidade de a realizar em outro Hospital que não o da sua área de residência.


Salomé Cruz realizou esta investigação no âmbito do programa de mestrado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).

Este estudo avaliou os tempos máximos de resposta garantidos no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), um programa que pretende garantir a prestação de cuidados de saúde dentro de um período considerado clinicamente aceitável para o utente.

Este programa de gestão de lista de inscritos para cirurgia dá ao utente a liberdade de escolha da entidade onde quer que a sua prestação cirúrgica seja efetuada.

No início do ano de 2018 estes tempos foram modificados para todo o tipo de prestação de cuidados de saúde sem carácter de urgência, em que uma das principais alterações consistiu na redução dos tempos de espera para cirurgias programadas de 270 para 180 dias.

Na região centro, os resultados verificados nesta investigação demonstraram que no período posterior à implementação desta política houve um aumento acentuado de recusas de transferência de utentes.

“Esta recusa de transferência ao que tudo indica resulta muito de fatores que o utente considera como favoráveis à entidade em que se encontra e talvez por falta de informação por parte da entidade hospitalar sobre como ocorre a transferência no âmbito do programa SIGIC”, revela.

Para Salomé Cruz, esta falta de informação e de segurança é um dos principais motivos que tornam o utente mais propenso a recusar a transferência.

“Isto poderá levar a um agravamento da dimensão das listas de espera e dos tempos de espera cirúrgicos, a uma degradação do acesso aos cuidados de saúde e a um agravamento da situação clínica do utente”, alerta.

Saiba mais sobre a investigadora em: UC

Scroll to top