Estão a ser desenvolvidos produtos com base em fibras recicladas por métodos químicos e mecânicos.
Rui Miguel, professor no Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da Universidade da Beira Interior (UBI) e investigador na unidade de investigação FibEnTech, participa no projeto BE@T, uma iniciativa que visa promover a bioeconomia na indústria do têxtil e do vestuário.
Este projeto é liderado pelo CITEVE – Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário e conta com um consórcio de 56 parceiros, entre empresas, centros de investigação, e institutos de ensino superior.
O papel da UBI neste projeto passa pelo desenvolvimento de fios, tecidos, e malhas contendo fibras recicladas.
Existem dois grandes caminhos para a produção destes materiais, o caminho químico e o caminho mecânico.
O caminho químico só pode ser aplicado a fibras como os poliésteres, ou os nylons, que são fibras que podem voltar a formar polímero e voltar a fiar.
Outras fibras, como o algodão ou a lã têm que ser transformadas mecanicamente.
A transformação mecânica obriga a uma grande diminuição do comprimento da fibra, e quando isto acontece, vai ser mais difícil fazer fios finos.
Este é o principal desafio da reciclagem mecânica, que apesar de já existir há vários anos, os fios produzidos por este método são normalmente apenas utilizados em produtos de baixa qualidade.
A ideia deste projeto passa assim por aumentar o leque de aplicação destas fibras, introduzindo uma percentagem de fibra reciclada mecanicamente em produtos de melhor qualidade, no sentido de os tornar mais sustentáveis e de aumentar a sua circularidade.
O projeto BE@T – Bioeconomia para Têxtil e Vestuário para Reforço da Bioeconomia Nacional é financiado no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | UBI
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