Este estudo avaliou o desenvolvimento de plantas jovens submetidas durante seis meses a condições de seca.
Pedro Barros, investigador no Laboratório de Genómica Funcional de Plantas do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), está a estudar como a genética e o ambiente afetam a produção de cortiça, com vista a promover a resiliência dos ecossistemas de montado.
Neste estudo foi comparado o desenvolvimento de plantas jovens submetidas por seis meses a condições de boa disponibilidade hídrica, e a condições de défice hídrico.
Com recurso a técnicas moleculares foi possível identificar na cortiça desenvolvida por estas plantas um número significativo de genes reguladores de crescimento que apresentavam uma atividade diminuída quando expostos a condições de seca.
Também foi possível observar que este défice hídrico teve um efeito no crescimento do diâmetro do cale.
Com estes dados foram identificados nove genes que podem regular a produção de cortiça e cujo modo de ação pode agora ser estudado em maior detalhe.
Um aspeto curioso deste estudo é que a exposição a condições de seca aumentou a atividade de genes relacionados à fotossíntese no cale da planta.
Quando expostas a condições de seca, as plantas naturalmente tendem a reduzir a fotossíntese nas folhas, de forma a diminuir as trocas gasosas e a evitar as perdas de água.
Assim, o aumento da fotossíntese no cale poderá ser uma forma da planta compensar este fenómeno, uma vez que permite reciclar o dióxido de carbono produzido internamente e manter as reservas de carbono na planta, o que é muito relevante para a sua sobrevivência.
“Nós sugerimos que a capacidade fotossintética a nível do cale pode ser uma característica a ser considerada e testada para a seleção precoce de sobreiros jovens com maior capacidade adaptativa a eventos de secura extrema, de forma a moldar a resiliência de novas plantações”, revela.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Google Scholar | ITQB NOVA
Related Episodes
