Dívida zero refere-se a uma prática adotada por um número crescente de empresas que não têm qualquer montante de dívida na sua estrutura capital e no seu balanço financeiro.
Flávio Morais, professor adjunto da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viseu (ESTGV) e investigador do NECE – Núcleo de Estudos em Ciências Empresariais da Universidade da Beira Interior (UBI), está a estudar os efeitos da dívida zero nas empresas.
Segundo o investigador, a dívida zero é um fenómeno pouco previsível na teoria financeira. De acordo com a teoria financeira, até um nível sustentável, a dívida traz benefícios para as empresas, pois permite que estas possam investir e mostra o compromisso dos seus decisores em trazer valor para a empresa e para os seus acionistas.
Quem são então as empresas que adotam a dívida zero? Nos seus estudos, Flávio Morais identificou a existência de dois tipos de empresas.
Aquelas que adotam a dívida zero por decisão financeira própria e que o justificam como uma tentativa de preservar a sua flexibilidade financeira para no futuro conseguirem investir e aproveitar as oportunidades de crescimento ou de investimento que podem surgir.
Enquanto as restantes fazem-no por imposição do mercado e dos credores que se recusam a financiar a empresa ou que oferecem condições proibitivas. Isto acontece em períodos de crise a empresas que apresentam volumes elevados de prejuízo.
“Neste caso, mesmo que a empresa queira decorrer a dívida não o consegue fazer. São as denominadas empresas constrangidas financeiramente”, reforça.
Saiba mais sobre o investigador em: IPV | UBI