Com o aumento da sua complexidade este modelo teórico poderá ser usado como ferramenta de apoio à alocação de dinheiros públicos.
Eduardo Costa, professor e investigador na Nova School of Business and Economics (NOVA SBE), desenvolveu um modelo para estudar o impacto do investimento público em saúde perante diferentes cenários económicos.
“Sabemos que a despesa em saúde tem estado a crescer em Portugal e no resto do Mundo. Sabemos também que tem estado a crescer mais depressa do que o resto da economia, o que significa que uma maior parte da nossa riqueza acaba por ser entregue ao setor de saúde ao longo do tempo. Tudo isto leva normalmente à conclusão de que a despesa em saúde é insustentável, no entanto, com este modelo teórico eu pretendo desconstruir essa afirmação”, conta.
Em particular, Eduardo Costa está concentrado em estudar dois aspetos fundamentais deste fenómeno, primeiro que o aumento da despesa em saúde pode ser o resultado das preferências dos consumidores, e segundo que a despesa em saúde é parte relevante da economia e que não é possível achar que a economia vai crescer o mesmo se nada for gasto em saúde.
“Nós consideramos que a sustentabilidade financeira da despesa em saúde está muito ligada a este conceito sobre o que acontece à restante despesa pública que não é despesa em saúde”, reforça.
Segundo Eduardo Costa, este modelo teórico permite responder a três questões fundamentais. A primeira é que a definição de sustentabilidade da despesa pública vai depender em muito de duas variáveis fundamentais, a carga fiscal e o nível de cobertura que o sistema público de saúde tem.
A segunda diz respeito ao crescimento económico por si só, que não é suficiente para garantir a sustentabilidade financeira do sistema de saúde. E por fim, a terceira questão demonstra que para atingir a sustentabilidade financeira é necessário mexer numa dessas duas variáveis, ou seja, na carga fiscal ou no nível de cobertura do sistema público de saúde.
Isto implica então aumentar os impostos ou reduzir o nível de cobertura do sistema de saúde, ou então que passe a existir uma tensão entre a situação de sustentabilidade financeira do sistema de saúde e a despesa em outros setores de investimento público.
É também importante ter em consideração a equidade de acesso à saúde na configuração deste modelo.
O modelo desenvolvido por Eduardo Costa permite assim analisar diferentes cenários de despesa pública em saúde.
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