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Ep. 2 Teresa Summavielle – A influência da neuroinflamação na terapia contra a toxicodependência

November 22, 2016

ep002_interiorDe que forma a neuroinflamação influencia o cérebro de um toxicodependente? Pode este mecanismo ser a chave para melhorar as terapias existentes? São estas as questões que o grupo de investigação de Teresa Summavielle procura responder.


Segundo a investigadora do Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S), existe evidência de que a neuroinflamação tem um papel importante na dependência, pois “prejudica o tratamento e faz com que as taxas de sucesso sejam baixas”. “Queremos perceber como o consumo afecta os neurónios e as outras células”, refere. "Podemos usar esse conhecimento para encontrar compostos, ou fármacos, que possam ser eficientes no tratamento da neuroinflamação".

Uma neuroinflamação é uma actividade fora do normal que afecta as células da microglia, as células do sistema imune do cérebro que regulam este processo. “Estas células são vigilantes, estão no cérebro num estado activo e, se há alguma coisa que não corre bem, elas imediatamente mudam a sua forma. Deixam de ser tão ramificadas, e adoptam uma forma mais arredondada, deslocam-se para o local onde há um dano e actuam, limpando e tentando controlar esse dano”, explica.

Durante o processo de protecção do cérebro, as células da microglia podem, por vezes, ficar excessivamente activadas, e serem elas próprias a causa do problema. “No fundo, é um modo de funcionar de células que leva a uma desregulação do funcionamento, não só delas mas também dos neurónios e dos outros constituintes do cérebro”.

Teresa Summavielle afirma que uma das dificuldades da sua investigação prende-se na forma como o cérebro varia entre pessoas de géneros, idades e etnias diferentes. “É difícil dizer como as drogas afectam o cérebro de uma forma muito uniforme. Contudo, sabemos que os efeitos da neuroinflamação no cérebro adolescente são mais rápidos e muito mais profundos do que no cérebro de um adulto”.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedIn | ResearchGate | i3S

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