Os mecanismos de defesa são cruciais para a sobrevivência. Todos os animais enfrentam perigos vários durante a vida e se não responderem adequadamente não sobrevivem.
Marta Moita, investigadora na Fundação Champalimaud, está a estudar como os ratos reagem a situações perigo, com o objectivo de identificar as zonas do cérebro que estão envolvidas neste processo.
“No meu laboratório começamos por fazer uma descrição detalhada do comportamento. Começámos a olhar para como é que um rato detecta o perigo através do comportamento de outro, e vimos que se temos um rato que responde a uma ameaça, e outro que observa essa resposta, o observador passa a responder também. Para percebermos o que se está a passar, como é que esse processo de transmissão acontece, e como é que o cérebro processa informação, primeiro é preciso saber que informação é essa”, explica.
Após uma série de estudos comportamentais, a investigadora observou que os ratos estão constantemente a ouvir o som de actividade, e que estes usam o silêncio como um sinal de perigo.
“Percebemos que os ratos usam o silêncio como um sinal de perigo e fomos olhar para zonas no cérebro que correspondem ao som. Também sabemos que o silêncio desencadeia uma resposta de defesa que neste caso é a imobilização, eles ficam completamente imóveis. A partir daí, começamos por perturbar a actividade nessas zonas do cérebro para ver se essas perturbações afectam o comportamento”, conta.
O seu grupo de investigação está focado em compreender como diferentes regiões do cérebro comunicam entre si para que o comportamento seja desencadeado.
Além de analisar as zonas do cérebro responsáveis pelo comportamento de defesa, Marta Moita está também interessada em investigar como essas zonas do cérebro codificam a informação que leva a estas respostas comportamentais.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | F. Champalimaud
Foto Marta Moita: Megan Carey
Imagem Banner: Scott Rennie
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