Estes resíduos servem como fonte de cálcio para a produção de hidroxiapatita, a componente mineral do osso humano.
Tomás Seixas, estudante de doutoramento no Instituto Superior Técnico (IST) e investigador no Centro de Física e Engenharia de Materiais Avançados (CeFEMA), está a usar casca de ovo e osso interno de choco para produzir enxertos para o tratamento de fraturas ósseas.
A partir de matéria-prima com origem biológica, como a casca de ovo e os ossos internos de chocos, esta equipa combina esses materiais que são fontes de cálcio, com ácido fosfórico para produzir fosfatos de cálcio.
Em particular, a equipa de Tomás Seixas está interessada em produzir hidroxiapatita, a componente mineral do osso humano. Para tal, é usado um método mecanoquímico de moagem para combinar o cálcio proveniente das cascas de ovo e do osso de choco com uma fonte de fósforo.
O objetivo é obter um material que seja o mais próximo possível em termos de composição química da componente mineral do osso humano.
Uma vez obtidos estes fosfatos de cálcio sintéticos, eles são usados na produção de suportes que serão combinados com algo que seja capaz de imitar a parte orgânica do osso.
Estes suportes poderão ser utilizados para a cicatrização de fraturas ósseas e poderão ser produzidos através de manufatura aditiva, também conhecida por impressão 3D, para que estes possam corresponder de forma precisa à fratura do paciente.
Este tipo de enxertos têm o benefício de necessitarem apenas de uma intervenção cirúrgica inicial para a sua colocação, pois estes serão depois absorvidos e substituídos pelo osso natural, o que faz com que não necessitem de outra intervenção cirúrgica para os remover.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | IST | CeFEMA