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Ep. 464 João Carlos Bordado – Projeto está a usar resíduos florestais para produzir combustíveis de madeira liquefeita

October 04, 2018

ep464_interiorO excesso de material combustível nas florestas é uma das principais causas de incêndios. Contudo, não basta limpar as matas, é preciso também encontrar um novo uso para esses resíduos. Este projeto quer reaproveitar os resíduos florestais para a produção de combustíveis de madeira liquefeita.


João Carlos Bordado, professor do Instituto Superior Técnico (IST) no Departamento de Engenharia Química e investigador no CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente, está a desenvolver este projeto em parceria com a empresa SECIL.

A SECIL utiliza no seu processo de produção de cimento combustíveis de diferente tipo como o petecoque e combustíveis que resultam do petróleo. Estes combustíveis têm taxas de emissão de dióxido de carbono (CO2) que representam valores anuais significativos, que além de ter um maior impacto no meio ambiente, também representa uma maior carga fiscal para a empresa.

Nesse sentido, esta empresa contactou João Carlos Bordado para desenvolver um combustível baseado em madeira liquefeita, feita a partir de resíduos florestais.

 “Esta madeira liquefeita pode ter aí um papel interessante não só valorizando os resíduos florestais, que sabemos que estão na origem da propagação dos incêndios, valorizando-os e transformando-os em algo que pode ser utilizado pela indústria”, acrescenta.

João Carlos Bordado refere ainda que usar resíduos florestais liquefeitos corresponderá a uma poupança significativa nos impostos que a SECIL paga anualmente sobre as emissões de CO2 no seu processo de produção.

Foi já construída uma instalação piloto que se encontrar a operar em Pataias. Esta instalação piloto é capaz de produzir cerca de três toneladas de madeira liquefeita por dia.

“É uma instalação piloto de alguma dimensão que pois é necessário obter uma quantidade de combustível suficiente para poder fazer ensaios em fornos de cimento”, explica.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | IST

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