Está a ser estudado o uso de vidro reciclado na produção de betão.
Raphaele Malheiro, investigadora no Centro de Território, Ambiente e Construção (CTAC) da Universidade do Minho (UM), é responsável pelo projeto GlassCON, uma iniciativa que tem como objetivo o desenvolvimento de betão mais sustentável.
O betão é formado por cimento, areia, água e pedra. Devido às emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas à produção de cimento, o cimento tem-se tornado no grande vilão da produção de betão.
Por cada tonelada de cimento produzida é emitida aproximadamente meia tonelada de CO2 para a atmosfera, pois este é um processo com um alto consumo de energia.
Por esse motivo, atualmente há uma grande quantidade de investigadores a estudar formas de substituir parcialmente o cimento na produção do betão.
Já existem algumas soluções, como o uso de cinzas volantes. As cinzas volantes são um resíduo que resulta da queima de carvão nas centrais termoeléctricas, no entanto, em Portugal as centrais a carvão foram encerradas por motivos ambientais o que levou à escassez de cinzas volantes, causando um grande impacto na área da construção civil.
É nesse contexto que surge o projeto GlassCON, uma iniciativa que pretende encontrar um material que substitua as cinzas volantes na produção de betão.
Neste projeto está a ser estudado o uso de vidro de garrafas, de janelas, de carros, e de telemóveis, com o objetivo de avaliar a capacidade destes resíduos em substituir as cinzas volantes na produção de betão.
O projeto GlassCON é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
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