Em Portugal estão a ser avaliadas duas áreas de estudo em Montemor-o-Novo e no Alentejo.
Helena Castro, investigadora no Centro de Ecologia Funcional (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), está a estudar a biodiversidade das plantas em regiões semiáridas no âmbito do projeto BIODESERT.
Este trabalho partiu da ideia de que existem filtros ambientais, como a temperatura e o nível de precipitação, que fazem com que as plantas desenvolvam determinadas características que lhes permitam adaptar-se a diferentes situações.
À partida, seria esperado que regiões com níveis de precipitação baixos e com temperaturas extremas levassem a uma diminuição na diversidade das características funcionais das plantas. No entanto, este estudo o que mostra é o contrário.
Existe de facto um aumento dessa diversidade de características com a aridez. Aumento esse que ainda é mais exacerbado pela intensidade de pastoreio.
Segundo Helena Castro, isto pode acontecer porque as plantas encontraram estratégias diferentes para lidar com o mesmo tipo de problemas.
“Creio que uma das coisas importantes que saiu deste estudo é que é necessário preservar estas áreas e estas plantas, pois não parece haver muita redundância nas características que elas apresentam”, alerta.
Se a isto somarmos uma elevada intensidade de pastoreio, corremos o risco de danificar de forma permanente estes ecossistemas e de fazer desaparecer toda esta diversidade.
Helena Castro espera que a informação obtida neste projeto possa influenciar políticas de gestão dos ecossistemas em regiões áridas e semiáridas que sejam capazes de proteger a diversidade das plantas que nelas habitam.
O projeto BIODESERT – Biological Feedbacks and Ecosystem Resilience under Global Change: A New Perspective on Dryland Desertification é financiado por uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla em inglês) atribuída ao investigador espanhol, Fernando Maestre.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate