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Ep. 849 Joana Prata – Investigação desenvolve método para detetar microplásticos

May 07, 2020

ep849_interiorEsta investigação desenvolveu um algoritmo capaz de detetar e quantificar a presença de microplásticos em amostras de água e de areia.


Joana Prata, estudante de doutoramento da Universidade de Aveiro (UA), está a desenvolver métodos para a deteção de microplásticos em diferentes matrizes.

Os microplásticos são um problema ambiental recorrente. Nós utilizamos muito plástico no nosso dia-a-dia e à medida que esse plástico vai sendo degradado, vão sendo libertados microplásticos para o ambiente.

Os microplásticos são partículas de plástico de dimensões inferiores a cinco milímetros. Estes microplásticos ao estarem no ambiente podem ser ingeridos por diferentes animais, afectando a sobrevivência dos ecossistemas, e podem chegar até nós através da nossa alimentação. Torna-se assim necessário desenvolver métodos que permitam identificar e contabilizar o volume de microplásticos num determinado ecossistema.

Joana Prata desenvolveu um método baseado no Vermelho do Nilo um corante lipofílico que se liga a gorduras que permite identificar a presença de microplásticos numa amostra de água ou de areia.

Segundo a investigadora, como os plásticos também são lipofílicos este corante consegue ligar-se às partículas de microplásticos.

“Nós trouxemos amostras ambientais, por exemplo, de água ou de areia, e filtrámos as soluções que ficam no filtro e aí aplicámos primeiro uma digestão para remover a matéria orgânica que também poderia ser corada e ficámos só com a matéria inorgânica e os plásticos. A partir daí coramos a amostra com Vermelho do Nilo e os plásticos ficam com esse corante na sua superfície”, explica.

Contudo, mesmo sendo possível identificar os microplásticos, é difícil contabilizá-los a olho nu. Para resolver este problema está a ser desenvolvido um algoritmo capaz de quantificar de forma automática o número de microplásticos presentes numa amostra.

“Pegámos num programa que já existia que é o ImageJ que é usado para o processamento de imagens e criámos um algoritmo que funciona dentro desse programa e que quantifica estes plásticos florescentes”, revela.

A partir de uma fotografia digital da amostra este software consegue contar e identificar as partículas de microplástico presentes nessa amostra e determinar se se trata de uma fibra, de um fragmento, ou de uma partícula.

“Assim temos uma forma rápida de quantificar os microplásticos nas amostras ambientais e de sabermos o que está no nosso ambiente e o que está também em contacto connosco”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | CESAM | UA

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