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Ep. 2095 Susana Gaudêncio – Covas e o Fim do Mundo: Exposição artística inspira-se na História extrativista desta aldeia da Serra d’Arga

October 17, 2025

Covas é uma pequena aldeia da Serra d’Arga no concelho de Vila Nova de Cerveira.


Susana Gaudêncio, professora na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho (UM) e investigadora no Lab2PT – Laboratório de Paisagens, Património e Território, inspirou-se na História extrativista da aldeia de Covas, e na vida e no ativismo das mulheres locais para produzir objetos artísticos que deram origem à exposição Covas e o Fim do Mundo.

“Aquilo que norteou o meu interesse nesse território foi todo o seu historial de políticas extrativistas que descobri em 2022, quando fiz a primeira missão ao lugar, convidada pela Fundação Bienal de Arte de Cerveira, no contexto de uma residência artística”, conta.

O território de Covas tem uma História de políticas extrativistas e de exploração tecnológica de recursos geológicos e hídricos, como a mineração de ouro na época romana, a edificação da segunda central hidroelétrica do país (1910), a extração de volfrâmio e tungsténio (1949 -1984) e mais recentemente as tentativas de prospeção de lítio (2020-2023).

Esta iniciativa utiliza a prospeção como metáfora positiva para apreender o lugar de forma performativa, através da caminhada, e nesse processo colaborar com a sua comunidade, desde a que representa o poder local, à que se envolve em processos artísticos e em projetos catalisadores de desenvolvimento local e de sustentabilidade, como a que promove a luta ativista no terreno.

“Já tinha ouvido ecos através dos meios de comunicação de um grupo informal de mulheres, as Mulheres da Serra, que se tinham unido para defender o território da possibilidade do extrativismo do lítio, portanto, estavam ainda em período de prospeção do lítio, e eu fiquei curiosa para conhecer melhor as estratégias e a forma como elas se organizavam”, revela.

A metodologia deste projeto consistiu em ir para o território e tentar contactar com estas mulheres, mas também com o poder local, em particular com os presidentes das juntas de freguesia, e com historiadores amadores, que têm registos fotográficos sobre a história de Covas e sobre a história da exploração do Volfrâmio, do Tungsténio, e da “ameaça” do lítio.

A partir desta recolha, destas conversas, e destas caminhadas, a ideia é tentar produzir objetos artísticos que possam ser feitos a partir de objetos que a investigadora encontra no local durante as suas caminhadas, registos fotográficos, desenhos, entrevistas, entre outros.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | UM

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