Estes modelos acrescentam variáveis em cima das três dimensões com as quais estamos familiarizados.
Rosa Sena-Dias, professora do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico (IST) e membro do Centro de Análise Matemática, Geometria e Sistemas Dinâmicos (CAMGSD), usa modelos a quatro dimensões para estudar o infinito.
“Em geometria estudamos muitas vezes espaços a muitos parâmetros que modelam situações do mundo real. Como humanos, estamos muitas vezes habituados a entender o espaço de dimensão 3, porque o mundo em que vivemos tem três dimensões, temos que dar três números para dizer onde estamos. Mas nada nos impede de estudar espaços de dimensão maior e, em particular, a dimensão 4, que é a dimensão seguinte”, explica.
Por exemplo, na teoria da relatividade de Einstein a quarta dimensão é representada pela dimensão do espaço-tempo, acrescentando às três dimensões espaciais a coordenada do tempo, para a qual também temos uma certa intuição.
“Eu, na realidade, estudo estas variáveis e estudo estas métricas porque elas me interessam, porque as acho fascinantes. Mas a verdade é que aquilo que se faz na minha área tem aplicações sobre o entendimento que temos do nosso mundo. Porque, por exemplo, nós focamo-nos muito no comportamento em infinito”, acrescenta.
É possível mostrar que, em alguns casos, sob certas condições o comportamento em infinito não pode ser de uma determinada forma. A consequência disso é que podemos estar a trabalhar com um modelo simplificado que nos diz que o nosso mundo em infinito tem um certo aspeto, e que não pode ter outro aspeto.
Mas se fizermos isto sem sair da secretária, sem medir, sem irmos até ao infinito, porque não o podemos fazer, nunca o saberemos com total certeza.
“E eu acho que isto é uma coisa que pode realmente ter aplicação para o nosso entendimento do mundo. Entender como é que será o mundo em infinito”, revela.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | IST
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