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Ep. 886 Isabel Natário – Investigação quer melhorar os modelos atuais usados para estimar os recursos de pesca

June 29, 2020

ep886_interiorOs modelos atuais têm apenas em conta os números de captura de pescado nas áreas mais frequentadas pelos pescadores. Esta amostragem preferencial leva a um enviesamento das estimativas dos recursos pesqueiros ao longo da costa portuguesa.


Isabel Natário, professora auxiliar no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA) e investigadora no Centro de Matemática e Aplicações (CMA) da mesma universidade, está a desenvolver um modelo que permita corrigir o processo atual de amostragem de forma a garantir uma estimação de abundância de peixe mais próxima da realidade.

A correcção destes modelos é importante no sentido de garantir uma melhor gestão dos recursos naturais que existem.

Para fazer a estimação dos recursos naturais existentes são usados dados de pesca. Os dados obtidos através das pescas têm, no entando, a característica da amostragem que conduziu à sua obtenção ser dita preferencial porque os pescadores quando vão pescar tentam maximizar a sua pesca e, naturalmente, recorrem a locais onde sabem que há mais peixe.

“Eles claramente vão tentar pescar para o sítio onde sabem que há mais peixe para pescar, ou seja, a forma de amostrar está intimamente relacionada com a abundância dos locais. Onde há mais foi onde eu amostrei mais e portanto isso tem que ser compensado depois nos modelos que nós fazemos de estimação”, revela.

Segundo a investigadora, o ideal seria dividir o mar em grelhas e obter amostras distintas ao longo de cada grelha. Infelizmente, esse método além de muito moroso, teria gastos incomportáveis para este setor.

Para dar a volta a este problema Isabel Natário está a desenvolver novos modelos matemáticos de estimação dos recursos de pesca que têm em conta a amostragem preferencial que está atualmente em efeito.

“O nosso projeto pretende melhorar estes modelos de estimação, tendo em conta esta preferência, no sentido de melhorar os resultados de estimação que obtemos, para que estes nos permitam fazer uma gestão destes recursos o mais avisada, e o mais correta possível”, reforça.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | FCT NOVA | Página Pessoal

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