
A fusão nuclear visa replicar as reações que ocorrem no interior das estrelas para produzir energia.
Bruno Gonçalves, investigador no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) do Instituto Superior Técnico (IST), dedica o seu trabalho ao estudo e desenvolvimento da produção de energia através da fusão nuclear.
No interior das estrelas, por ação da pressão e das temperaturas elevadas, ocorrem processos de fusão nuclear. Estas reações permitem fundir dois átomos leves, e nessa fusão dos núcleos dos átomos leves é libertada uma quantidade significativa de energia.
Para replicar este fenómeno na Terra é necessário atingir temperaturas bastante elevadas, na ordem dos 100 milhões de graus centígrados. Para isso, é necessário desenvolver máquinas que consigam sobreviver a este ambiente, onde o plasma, que é o meio onde se dá a reação, consiga atingir as temperaturas necessárias para que as reações ocorram, com o objetivo final de produzir energia elétrica.
O IPFN trabalha em vários aspetos da fusão nuclear, desde a física experimental que visa compreender tudo o que está a ocorrer no interior do plasma para otimizar a operação destes dispositivos de fusão nuclear, à caracterização e desenvolvimento de novos materiais.
Para garantir que esta reação ocorre é necessário desenvolver materiais que conseguem sobreviver a este ambiente hostil, que não só tem temperaturas elevadas, como também liberta radiação gama e radiação proveniente dos neutrões libertados durante o processo de fusão do núcleo dos átomos.
É preciso também que estes materiais consigam sobreviver durante bastante tempo, para garantir a estabilidade da reação de fusão nuclear e uma produção de energia sustentável.
Dentro do IPFN existe um grupo de engenharia e integração de sistemas, cujo objetivo é desenvolver sistemas para a fusão nuclear. Este grupo está muito focado em desenvolver diagnósticos.
Os diagnósticos são os sensores, são os olhos no interior da máquina que permitem saber o que está a acontecer dentro desta e assim avaliar o seu desempenho.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | IPFN
