A conteira é uma planta com origem nos Himalaias que chegou aos Açores no século XX. Deste então que esta espécie invasora tem prosperado no arquipélago ameaçando as plantas indígenas e o equilíbrio dos seus ecossistemas.
Helena Cristina Vasconcelos, professora na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade dos Açores (UAC), está a usar a fibra de conteira para produzir biomateriais com propriedades semelhantes às do plástico. Desta forma, a investigadora espera encontrar uma solução para o controlo desta espécie invasora.
“O nosso projeto da valorização da conteira no fundo dinamiza uma série de ações que visam a obtenção de produtos que serão objetos descartáveis tais como pratos e copos que no fundo possam substituir aqueles que atualmente são feitos em materiais plásticos”, explica.
Estes produtos vão ter a dupla função de controlar a propagação da conteira, e de se apresentarem como alternativa ao uso de plásticos. Além de produtos descartáveis, esta planta tem também o potencial de ser aplicada na produção de tecidos inteligentes.
“Posteriormente, e porque no fundo acreditamos que o futuro tem muito a ganhar com o desenvolvimento de biomateriais e também de ecomateriais, pretendemos também usar a fibra de conteira para aplicações mais tecnológicas ou seja para o desenvolvimento de materiais avançados como por exemplo tecidos inteligentes, mas também materiais compósitos para variadas aplicações inclusivamente materiais estruturais e até painéis de habitáculos de automóveis”, acrescenta.
Para Helena Cristina Vasconcelos, impedir ou retardar a expansão de uma planta invasora é uma missão impossível, o que a sua equipa pretende é então tirar partido da abundância desta planta e usá-la como fonte de matéria-prima.
Saiba mais sobre a investigadora em: UAC