O que acontece aos graffiti quando são deixados na pedra durante muito tempo? Modificam as suas características? Interagem com a pedra? Quando e como devem ser limpos esses graffiti?
Amélia Dionísio, professora no Instituto Superior Técnico (IST-UL) e investigadora do CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente, está a estudar o efeito que os graffiti têm sobre a pedra dos monumentos e que métodos devem ser usados para os limpar.
Para testar o efeito dos graffiti no património, a equipa de Amélia Dionísio usou uma câmara climática para reproduzir em laboratório a atmosfera das cidades. “Atmosfera essa que habitualmente está com elevada concentração em gases, nomeadamente dióxido de enxofre, e colocaram-se lá amostras de pedra, neste caso granito por ser uma das rochas mais empregues em património e foram grafitadas essas amostras com tintas de sprays, os sprays que os grafiters mais usam”, explica
“Usámos quatro cores, deixámos as amostras durante dois meses na câmara e em seguida fez-se uma avaliação dos efeitos sobre a pedra, sobre as tintas e posteriormente efetuámos ensaios de limpeza. Limpeza com produtos químicos, por exemplo hidróxido de potássio, usando métodos de projecção de abrasivos e usando mesmo tecnologia laser, e procurou-se então acompanhar o que acontecia às tintas e à pedra”, acrescenta.
Este projeto concluiu que a limpeza das pedras grafitadas deve ser feita o mais cedo possível após a sua execução para evitar o envelhecimento das tintas de spray e para evitar a degradação da pedra.
Quanto mais tempo uma pedra permanecer grafitada mais difícil será a sua limpeza. Isto não só pode levar a uma maior demora do processo de limpeza, como ao aumento dos custos associados, seja em tempo, seja em dinheiro.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | IST | CERENA