Portugal é o terceiro maior produtor de tomates a nível europeu. Este projeto está a usar o tomate como modelo para desenvolver plantas com maior capacidade de captar o zinco no solo e de usar este mineral para biofortificar os seus frutos.
Pedro Humberto Castro, investigador do CIBIO-InBIO, desenvolve o projeto TomaZinco com o objetivo de estudar os mecanismos que as plantas usam para lidar com a deficiência de zinco nos solos.
“Esta linha de investigação surgiu com um trabalho que estive previamente envolvido na Universidade de Copenhaga, em colaboração com a Ana Assunção. Nesse trabalho estivemos a estudar os mecanismos que as plantas têm para lidar com a deficiência de zinco. A partir daí descobrimos determinantes importantes em termos genéticos e moleculares que as plantas sofisticadamente desenvolveram ao longo da evolução para resistir à deficiência de zinco no solo e conseguir captar todo o zinco residual para sobreviver”, explica.
A partir do conhecimento obtido nesse projeto, Pedro Humberto Castro pretende agora expandir a sua investigação para plantas com um significativo valor económico como é o caso do tomate.
Segundo o investigador, no tomate o regulador que permite saber se os níveis de zinco da planta estão baixos ou altos consegue induzir a expressão de transportadores de zinco, moléculas que, como o nome indica, são responsáveis por transportar o zinco dos solos para a planta, e de o levar para as zonas na planta que mais necessitam deste mineral.
“A nossa ideia é otimizar ao máximo este regulador para que haja mais transporte, mais alocação do zinco externo e interno e para que a alocação dentro da planta seja dirigida para os órgãos que são consumíveis. No caso do tomate o zinco entrará pelas raízes mas depois será alocado para o fruto”, acrescenta.
Este projeto vai procurar dentro da biodiversidade nacional de tomate tomates que tenham características que os tornem capazes de tolerar a deficiência de zinco no solo, assim como variedades com níveis elevados de bioforticação de zinco nos seus frutos.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | CIBIO-InBio
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