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Ep. 533 Ana Rita Rodrigues – Investigação desenvolve sistema de entrega de fármacos para tornar a quimioterapia mais eficiente

January 09, 2019

ep533_interiorEste sistema vai usar nanopartículas magnéticas para envolver fármacos anti-tumorais e transportá-los diretamente às células tumorais. O objetivo é desenvolver técnicas de quimioterapia mais eficientes e com menores efeitos secundários.​


Ana Rita Rodrigues, investigadora do Centro de Física da Universidade do Minho (UM), está a desenvolver esta abordagem terapêutica com base em magnetolipossomas, nanopartículas magnéticas que funcionam como cápsulas para transportar fármacos anti-tumorais.

“Atualmente os principais problemas associados ao combate contra o cancro são a falta de diagnóstico precoce, a toxicidade usada aos compostos anti-tumorais usados na quimioterapia convencional, e também a falta de terapias mais eficazes. Na realidade apenas cerca de 0,1% dos compostos anti-tumorais chegam às células tumorais. Os restantes 99,9% atacam as células normais”, explica.

Nesta investigação, Ana Rita Rodrigues está a tentar desenvolver uma abordagem terapêutica que tem como base os magnetolipossomas. Os magnetolipossomas são um sistema baseado em nanopartículas magnéticas que funcionam como uma cápsula que vai permitir transportar compostos anti-tumorais diretamente ao alvo através de gradientes de campo magnético externo.

“Desta forma nós vamos conseguir reduzir os efeitos secundários uma vez que vamos conseguir concentrar os compostos nos tecidos tumorais”, acrescenta.

Para além da sua capacidade de transporte, estas nanopartículas magnéticas funcionam também como condutoras de calor. Como as células tumorais são suscetíveis a elevadas temperaturas, este sistema pode também ser usado em terapias de hipertermia magnética.

“Uma vez que os magnetolipossomas são baseados em nanopartículas magnéticas nós vamos também poder acoplar uma abordagem terapêutica de hipertermia magnética. Ativando um campo magnético alternado nós vamos conseguir produzir calor local e uma vez que as células tumorais são mais susceptíveis a altas temperaturas relativamente às células normais, as células tumorais vão sendo também seletivamente destruídas pelo calor”, revela.

Para Ana Rita Rodrigues, os magnetolipossomas são bastante promissores pois podem ser utilizados numa abordagem terapêutica dual e sinérgica através da quimioterapia direcionada e da hipertermia magnética, melhorando assim a eficiência do tratamento.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | STOL

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