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Ep. 535 João Fonseca – Projeto SHAZAM quer descobrir o que causa os sismos no interior das placas tectónicas

January 11, 2019

ep535_interiorEste projeto vai recolher dados no Golfo da Guiné, e em particular no Gana, zona onde os sismos intra-placa ocorrem com alguma frequência, com o objetivo de determinar as causas para estes tremores de terra.​


João Fonseca, diretor técnico do C4G – Colaboratório para as Geociências na Universidade da Beira Interior (UBI), quer com o projeto SHAZAM desenvolver um manual de perigosidade sísmica para a região, de forma a ajudar as populações locais a adotarem métodos de construção mais seguros.

“O projeto SHAZAM é uma tentativa de compreender a deformação do interior das placas tectónicas. Nós dispomos hoje de uma teoria muito eficaz para compreender os processos que ocorrem nas fronteiras das placas tectónicas e que geram os grandes terramotos e as grandes erupções vulcânicas. Se pensarmos nos Açores estamos num ponto de convergência de três placas tectónicas e compreendemos bem porque é que há terramotos nos Açores e porque é que há erupções vulcânicas nos Açores. O que hoje nos interessa compreender é por que razão também há terramotos e também há actividade vulcânica no interior das placas tectónicas”, explica.

O projeto SHAZAM centra-se na zona do Golfo da Guiné, uma região pouco estudada e que se encontra no interior de uma placa. É uma zona com alguma sismicidade, com particular incidência no Gana onde a sismicidade é significativa e onde há algum risco sísmico que, segundo João Fonseca, também carece de ser estudado e compreendido.

“Um dos produtos que esperemos que resulte deste estudo é justamente um mapa de risco sísmico, ou pelo menos de perigosidade sísmica para esta zona”, acrescenta.

A perigosidade sísmica corresponde à probabilidade de ocorrência de movimentos do solo potencialmente danosos para os edifícios. Nestas zonas em que a sismicidade é pouco compreendida é difícil fazer uma avaliação probabilística da ocorrência dos sismos no futuro.

É assim necessário desenvolver métodos de avaliação deste risco para garantir que os edifícios e as principais infraestruturas da região são projetadas com capacidade para resistir a eventuais abalos.

Saiba mais sobre o investigador em: C4G

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