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Ep. 546 Raquel Godinho – Como se adaptaram as raposas ao deserto?

January 28, 2019

ep546_interiorEste projeto está a olhar para o genoma de duas espécies de raposa com o objetivo de encontrar as alterações genéticas que permitiram que estes animais se adaptassem às condições extremas da vida no deserto do Sahara.​


Para identificar as alterações genéticas responsáveis por esta adaptação, Raquel Godinho, investigadora do CIBIO-InBIO e coordenadora do projeto HOT FOXES, está a estudar o genoma da raposa-de-ruppell, uma espécie irmã da raposa comum, adaptada à vida no deserto.

“Nós escolhemos como espécie principal para este estudo a raposa-de-ruppell que tem a enorme vantagem de ter uma espécie irmã, que é raposa comum, da qual divergiu há pouco tempo em termos evolutivos, há cerca de um milhão de anos”, explica

Raquel Godinho crê que a raposa-de-ruppell e a raposa comum partilham no seu genoma informação muito semelhante, com exceção aos genes que permitiram à raposa-de-ruppell adaptar-se ao deserto.

Numa fase inicial, a equipa de investigação do projeto HOT FOXES recolheu material genético de três espécies de raposas adaptadas à vida no deserto do Sahara. Esta informação vai ser usada para comparar as três espécies com os dados genéticos obtidos da análise do genoma da raposa-de-ruppell e da raposa comum.

“Vamos também olhar para os genomas da raposa pálida que vive na zona do Sahel, a zona que fica entre o deserto do Sahara e o início da zona tropical africana, e vamos olhar para o genoma do feneco que é uma espécie de raposa que vive há vários milhares de anos no deserto e também completamente adaptada a esse tipo de ambientes”, revela.

A ideia é comparar os dados obtidos na análise do genoma da raposa-de-ruppell com o tipo de adaptações que sofreram o feneco e a raposa pálida para também poderem viver nestes ambientes hostis.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CIBIO InBIO

Foto Banner: Monia Nakamura

Foto Raquel Godinho: Nuno Ferrand

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