A sincronização é um fenómeno comum a áreas tão diversas como a música, a engenharia, as neurociências, ou a biologia. Para a compreender é necessário olhar para a linguagem comum a todas estas áreas, a matemática.
Rogério Martins, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), estuda as equações por trás do fenómeno da sincronização.
“O que faz a matemática é pegar num fenómeno como este da sincronização e extrair a parte teórica que há nele. Pegar num fenómeno como a sincronização que acontece em vários sítios diferentes, acontece com engenheiros electrotécnicos, acontece na neurociência, acontece na biologia, no ciclo circadiano de sono, etc. e dar-lhe o mesmo nome”, descreve.
Para Rogério Martins, embora a sincronização tenha características diferentes, consoante o contexto de cada uma das áreas que a estuda, do ponto de vista matemático o objetivo é ter a mesma equação para todos estes fenómenos. “A matemática de certa forma é o que cria a ponte entre as várias realizações concretas da sincronização. Quem trabalha em biologia por exemplo, e estuda as oscilações de um pirilampo, está de facto a trabalhar sobre a realização de certa forma, deste fenómeno que é a sincronização”, acrescenta.
Outro exemplo que o investigador dá foca-se impossibilidade de recriar um ambiente sem atrito em laboratório: “Há a ideia que o atrito é essencial para haver sincronização, mas só é possível verificar isto quando subimos ao nível da matemática. Apenas quando olhamos para as equações é que conseguimos perceber que este é ponto essencial do processo. Nunca conseguiríamos perceber isto no laboratório simplesmente pelo facto de no laboratório não ser possível não ter atrito porque o atrito é uma coisa que não se consegue de facto fazer desaparecer.
A matemática permite elevar a aplicação de uma teoria a um nível abstrato e, para Rogério Martins, é essa a sua principal ferramenta.
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