Este projeto está a desenvolver um verniz capaz de eliminar bactérias infeciosas em ambiente hospitalar. Este verniz transparente será aplicado em superfícies já existentes com o intuito de evitar a proliferação de bactérias resistentes a antibióticos.
Jorge Coelho, professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra (UC), está a desenvolver este verniz com o objetivo de minimizar a propagação de bactérias patogénicas e de microrganismos resistentes a antibióticos em hospitais.
“A questão do aparecimento das chamadas bactérias multirresistentes é considerada hoje em dia um flagelo social e portanto urge fazer alguma coisa. O que acontece é que começa a haver uma série de estirpes contra as quais não existem antibióticos capazes de as matar. A nossa ideia foi desenvolver um sistema, neste caso uma tinta e um verniz, que será utilizado principalmente em hospitais com uma capacidade antimicrobiana”, explica.
A transmissão destas bactérias é maioritariamente feita através de contacto com pessoas infetadas ou com superfícies como corrimãos, vãos de escada, ou paredes. Este projeto decidiu assim desenvolver um verniz capaz de proteger estas superfícies das bactérias multirresistentes.
“Se nós tivermos superfícies que têm um verniz ou um revestimento que tem a capacidade de matar essa bactéria uma vez nesse local, qualquer pessoa que contacte com esse local não lhe vai ser transmitida essa bactéria”, acrescenta.
Para desenvolver esta solução foram criados polímeros de estrutura controlada onde, através de técnicas avançadas de polimerização, foi possível desenhar polímeros com estruturas capazes de perfurar a membrana celular das bactérias, causando uma rutura que provoca a morte do microrganismo.
“Teoricamente sabíamos como podíamos maximizar a interacção polímero bactéria para levar à sua morte, e o que fizemos neste trabalho foi desenvolver diversos tipos de polímeros e provar que esses polímeros são eficientes e que são capazes de eliminar um vasto leque de estirpes de bactérias”, revela.
Para além da capacidade de matar as bactérias, esta tecnologia tem ainda a vantagem de ser capaz de funcionar de forma permanente.
Atualmente já existem soluções que recorrem à libertação de antibióticos e de outros produtos capazes de eliminar bactérias, contudo, estes materiais têm uma duração limitada e exigem uma manutenção regular.
Como esta tecnologia recorre a um elemento físico, característico deste verniz, será apenas necessário aplicá-lo uma vez, garantindo uma maior durabilidade do seu efeito de proteção.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | FCTUC
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