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Ep. 604 José Luís Louzada – Desenvolvido método não invasivo para a datação de Oliveiras

April 18, 2019

ep604_interiorEste método já permitiu identificar árvores com mais de 3 mil anos de existência.​


José Luís Louzada, investigador do CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), desenvolveu um método não invasivo para a datação de Oliveiras que recorre apenas à medição do tronco da árvore.

“O desenvolvimento deste método resultou de uma solicitação de um empresário que tem uma empresa que comercializa árvores ornamentais entre as quais as oliveiras e que sentiu a necessidade, nomeadamente para a exportação dos seus exemplares, que as oliveiras fossem acompanhadas por um certificado a atestar a sua idade”, conta.

Até então, a única forma de datar a idade de uma oliveira obrigava ao seu corte. Para evitar que a árvore fosse morta este método não podia ser destrutivo. 

José Luís Louzada decidiu então desenvolver um método capaz de determinar a idade de uma oliveira através das suas dimensões. Para tal, o investigador recolheu informação de milhares de árvores abatidas a propósito da construção de duas autoestradas para desenvolver este método.

“Não podíamos cortar a árvore porque aí matávamos a árvore, por outro lado este método tinha que ser compatível com o facto de serem árvores ocas. No meio disto tudo acabámos por ter uma enorme sorte de isto coincidir com a construção quer da barragem do Alqueva, quer de duas autoestradas de Lisboa a Évora e de Lisboa ao Algarve nas quais para a sua construção foram abatidas muitas oliveiras e por isso nós acabámos por ter à nossa disposição um volume de material que em condições normais não teria sido possível”, revela.

Nestas árvores foram medidos os seus anéis para determinar quantos anos é que a árvore demorava a atingir determinadas dimensões para com isso construir um modelo que relacionasse a dimensão da árvore ao longo dos anos.

“Agora, quando nós precisarmos de datar outra árvore, já não necessitamos de a cortar, já não necessitamos de a sacrificar, basta ver qual é a sua dimensão e com isso nós estimamos qual a idade que essa árvore tem”, reforça.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Wook | CITAB

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