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Ep. 606 Maria Alexandra Oliveira – Líquenes, Praias de seixos e Alterações Climáticas: O que a liquenometria nos pode dizer sobre o degelo na Antártida

April 22, 2019

ep606_interiorEste estudo está a analisar o tamanho dos líquenes nas praias de seixo da Antártida para determinar o grau de degelo no continente.​


Maria Alexandra Oliveira, geóloga e investigadora no CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), regressou recentemente da Antártida onde está a desenvolver um projeto que se foca na utilização de liquenometria para avaliar a influência do Homem nas alterações climáticas.

A liquenometria corresponde à utilização do tamanho do líquen como um indicador da idade de exposição de uma rocha.

“Utilizamos líquenes que tenham um crescimento muito regular e circular, que começam a crescer após uma superfície de rocha ficar exposta. Vão aumentando ao longo do tempo e isto permite-nos perceber que um líquen com um tamanho maior corresponde a um líquen mais velho numa rocha que está exposta há mais tempo do que um líquen com um tamanho menor”, explica.

Num contexto de degelo ocorre naturalmente um levantamento da crosta terrestre e as praias de seixo que existem na Antártida ficam assim mais altas e deixam de ser erodidas pelo mar.

Estes depósitos de praias antigos que se chamam terraços marinhos ficam preservados e começam a ser colonizados por líquenes.

Com base na datação destes terraços com a liquenometria é possível identificar e datar os episódios de degelo mais significativos nos últimos 10 mil anos.

“Assim conseguimos ter taxas de degelo durante este período de tempo que correspondem a variações no passado e comparar com a tendência atual do degelo de forma a perceber que influência é que nós temos no passado recente nestas taxas de degelo na Antártida”, revela.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CE3C

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