Esta investigação encontrou semelhanças na forma como é expresso o cancro da mama nas cadelas em comparação com o ser humano.
Felisbina Queiroga, investigadora do CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Monstes e Alto Douro (UTAD) e docente do Departamento de Ciências Veterinárias da mesma universidade, espera que este conhecimento possa ser usado para testar novas formas de tratamento do cancro da mama, quer na cadela, quer no ser humano.
“O nosso grupo de trabalho tem debruçado os seus interesses de investigação pelos tumores espontâneos dos animais e nos nossos trabalhos constatamos que existem similaridades marcadas quer do ponto de vista clínico, quer do ponto de vista molecular, entre os tumores de mama da cadela e os tumores de mama da mulher”, revela.
Do ponto de vista clínico os tumores de mama, quando malignos, metastizam para locais muito semelhantes quer na cadela, como na mulher.
“Metastizam para o pulmão, para o fígado, para o cérebro, e em menos percentagem para o osso, mas fazem as suas vias de metastização por via hematógena e por via linfática, tal como na mulher”, acrescenta.
Também as moléculas que estão sobre-expressas no cancro da mama da mulher são encontradas sobre-expressas nos tumores de mama da cadela.
Isto faz da cadela um modelo animal importante na investigação pré-clínica de fármacos para o tratamento de cancro da mama. Este conhecimento pode levar ao desenvolvimento de fármacos com aplicação não apenas na medicina humana, mas também na medicina veterinária.
O que nós advogamos é que a cadela pode ser utilizada como modelo pré-clínico intermédio entre os roedores e o ser humano que também é utilizado em ensaios já clínicos. A cadela poderá ser utilizada como um modelo intermédio pré-clínico para testar novos fármacos, podendo dessa forma beneficiar o próprio animal e ao mesmo tempo concluir sobre a relevância deste tratamento no humano", conclui
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CITAB
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