Este estudo realizou um inquérito junto dos habitantes de Lisboa com o objetivo de identificar os diferentes usos que os lisboetas dão aos espaços verdes na cidade.
Ana Luz, investigadora no CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), desenvolveu este estudo com o objetivo de fornecer informação para melhorar a gestão e o desenvolvimento destes espaços junto da autarquia local.
“Hoje em dia a maior parte da população vive nas cidades e o que se tem vindo a verificar é que os espaços verdes desempenham um papel bastante importante e relevante no bem-estar e na saúde das pessoas. Nesse sentido, tentámos perceber melhor estas ligações, as relações entre o homem e a natureza e como é que os espaços verdes podem contribuir para o nosso bem-estar”, conta.
Ainda em fase de análise dos resultados, é já possível perceber que os residentes de Lisboa usam mais os espaços verdes mais próximos da sua área de residência.
“A disponibilidade de área verde ao redor da nossa zona residencial influencia em grande parte o uso desses espaços verdes, assim como a vegetação ou a densidade da vegetação”, revela.
Quanto mais densa for a vegetação mais as pessoas terão tendência para usar esse espaço.
A componente cultural ou o facto de o espaço ter elementos emblemáticos relevantes também é um fator determinante na escolha de um espaço verde.
Os inquiridos foram também questionados sobre o que os levava a evitar um determinado espaço verde.
“Perguntámos por que evitam determinados espaços verdes, se está relacionado mais com a gestão do espaço, com questões de segurança, com os diferentes grupos que o utilizam, com interações sociais, etc. E descobrimos que é um bocadinho de tudo”, salienta.
A investigadora vê este inquérito como uma ferramenta de apoio às câmaras municipais que pode ajudar a gerir estes espaços verdes e a dar disponibilidade igual de espaços verdes à população lisboeta.
Ana Luz quer agora expandir este inquérito para abranger uma área maior.
“Fizemos um inquérito online em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, foi também já feito com a Câmara de Oeiras e vai ser feito em princípio com a Câmara de Almada, ou seja, há uma colaboração com as câmaras municipais porque elas também têm interesse em perceber que espaços verdes as pessoas utilizam mais e quais os que evitam”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CE3C
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