Este projeto está a avaliar a capacidade de absorção de microplásticos por parte de invertebrados como o mexilhão com o objetivo de conhecer o impacto que estes poluentes podem ter na saúde destes animais e no próprio ecossistema.
Paula Sobral, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), está a estudar a distribuição e o impacto dos microplásticos ao longo da costa portuguesa.
“Estamos envolvidos em dois projetos do GPI Oceans, um deles dirigido à detecção e análise de microplásticos em várias matrizes como seja amostras de água, amostras de organismos, amostras de sedimentos, e um outro dirigido aos efeitos que os microplásticos potencialmente têm sobre alguns organismos”, explica.
O laboratório de Paula Sobral realizou ensaios com mexilhões aos quais foram administradas partículas de uma dimensão conhecida que depois foram alvo de análise.
Os resultados demonstraram que partículas inferiores a 10 micrómetros podem ser acumuladas nos órgãos dos mexilhões. Estes dados são preocupantes não só para a sobrevivência da espécie mas também para os consumidores.
“Comprovámos que partículas de 10 micrómetros podem ser incluídas em órgãos. Observámos através de histologia que essas partículas podem estar alojadas em focos inflamatórios no epitélio gástrico do mexilhão significando isso que de facto elas deixam de estar livres no espaço do estômago e que passam portanto para os tecidos”, revela.
Como os mexilhões são comidos inteiros, podemos de facto estar também a comer essas partículas de plástico.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | FCT NOVA | MARE