Esta investigação está a estudar o uso de ligas metálicas com memória de forma na construção de edifícios resistentes a sismos.
Paulo Silva Lobo, docente na Universidade da Madeira (UMa) e investigador no CERIS – Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade do Instituto Superior Técnico (IST), está a estudar a possibilidade de aplicar estas ligas quer para a reabilitação de imóveis, quer para a construção de novos edifícios.
“As ligas com memória de forma são ligas metálicas, as mais usadas são ligas que misturam níquel e titânio, e que permitem ter um comportamento do ponto de vista da proteção sísmica de estruturas que pode ser muito interessante por duas razões: a dissipação de energia, e a capacidade de regressar à posição inicial”, explica.
Estas ligas permitem dissipar energia à medida que a estrutura é impactada pelos movimentos sísmicos. Quando um edifício é submetido a deslocamentos há energia dissipada, de forma semelhante aos amortecedores num veículo automóvel.
“Também permitem recentrar a estrutura o que significa que o material após ser solicitado de uma forma muito intensa restitui a posição inicial sem qualquer deformação residual”, acrescenta.
Na área da reabilitação estão a ser desenhadas soluções que permitem substituir partes de varões de aço por ligas com memória de forma, com o objetivo de concentrar nelas as maiores deformações que o edifício possa sentir.
“A outra abordagem é para construção nova e aqui estamos a juntar um conceito que já foi estudado, o rocking que consiste no fundo em ter os elementos separados uns dos outros, ter por exemplo, paredes, vigas e pilares separados uns dos outros e permitir com isso que eles rodem uns relativamente aos outros sem que haja dano”, refere.
Paulo Silva Lobo quer com esta investigação desenvolver sistemas que permitam aplicar estes materiais na construção civil com o objetivo de obter um melhor desempenho sísmico por parte dos edifícios.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | UMa
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