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Ep. 652 Carlos Azevedo – Investigação desenvolve monitor de trítio para estação nuclear de Almaraz

June 25, 2019

ep652_interiorO trítio é um isótopo radioativo de hidrogénio que, embora ocorra no ambiente, é produzido em grandes quantidades nas centrais nucleares. Este monitor tem como objetivo detetar e conter uma eventual contaminação de trítio nas águas do rio Tejo.​


Carlos Azevedo, investigador no i3N – Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação e no Departamento de Física da Universidade de Aveiro (UA), desenvolve este projeto em parceria com as Universidades de Estremadura (Espanha) e de Bordéus (França).

O trítio é um isótopo de hidrogénio caracterizado por o seu núcleo possuir um protão e dois neutrões. Apesar de ser produzido naturalmente na atmosfera e na água, este isótopo é produzido em grandes quantidades na água de arrefecimento das centrais nucleares.

Embora este isótopo não seja tóxico em pequenas quantidades uma exposição prolongada a este elemento pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde graves.

É assim necessário monitorizar a produção de trítio para garantir que este não acaba nos sistemas de água para consumo.

“Um dos problemas tecnológicos na deteção de trítio é que devido à sua baixa energia é muito difícil de detetar e os testes mais sensíveis que existem são feitos em laboratório mas a análise demora cerca de três a quatro dias. O ideal seria termos um monitor com bastante sensibilidade e com resposta em tempo real, que permitisse à medida que se fosse ultrapassado um certo nível de trítio emitir um alerta para que pudessem ser investigadas as origens e tomadas as medidas de contenção”, explica.

Este consórcio está a desenvolver um sistema de deteção de trítio capaz de detetar no terreno e em tempo real uma eventual fuga deste isótopo para o ecossistema.

Um protótipo já foi desenvolvido e encontra-se atualmente a operar numa barragem próxima da Estação Nuclear de Almaraz em Espanha.

“Conseguimos efetivamente desenvolver um monitor de trítio em tempo real, neste momento está um protótipo perto da Estação Nuclear de Almaraz na saída de descarga da barragem e o objetivo desse protótipo é exatamente aferirmos a sensibilidade que temos ao trítio com testes de campo”, acrescenta.

Carlos Azevedo revela que o protótipo tem apresentado bons resultados e que este é apenas o primeiro passo para o desenvolvimento de uma tecnologia fiável de monitorização e deteção de trítio em centrais nucleares.

Saiba mais sobre o investigador em: UA

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