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Ep. 678 Josefa Pandeirada – Objetos contaminados são mais facilmente recordados

September 11, 2019

ep678_interiorEsta investigação está a estudar como a nossa memória reage perante imagens de objetos contaminados. Os resultados demonstram que um objeto contaminado é mais facilmente recordado que um objeto não contaminado.


Josefa Pandeirada, investigadora no William James Centre for Research (WJCR) do ISPA – Instituto Universitário e professora na Universidade de Aveiro (UA), tem como objetivo estudar os mecanismos de sobrevivência associados à memória.

Este estudo quis demonstrar que as pessoas conseguem recordar melhor objetos que são potenciais contaminantes.

“Nós partimos do pressuposto que as pessoas deveriam recordar melhor esses objetos num momento futuro comparativamente a objetos que não constituem essa mesma ameaça”, acrescenta.

Nesta investigação foram apresentadas aos participantes imagens de objetos acompanhados de uma breve descrição e estudada a sua capacidade de se recordarem dessa imagem num momento futuro.

“Apresentámos aos nossos participantes imagens de objetos sendo que cada uma dessas imagens é apresentada com um pequeno descritor ou uma pequena frase. Por exemplo, um objeto pode ser apresentado com uma frase indicativa que esse objecto foi tocado por uma pessoa que tem uma febre elevada, e esse mesmo objeto, num outro participante, pode ser acompanhado por um descritor que não indicie qualquer tipo de potencial contaminação, como ter sido tocado por uma pessoa que tem uma face redonda ou uma pessoa que tem os olhos verdes”, explica.

Mais tarde os participantes foram surpreendidos numa tarefa de memória em que lhes foi pedido para recordar os objetos que lhes foram apresentados.

“Verificámos que efetivamente eles recordam melhor os objectos que foram apresentados juntamente com os descritores que denotam um potencial de contaminação comparativamente com os outros”, revela.

Estes resultados parecem indicar que a nossa memória é particularmente sensível para nos ajudar a recordar objectos que são potenciais contaminantes, funcionando assim como um mecanismo de prevenção.

“Vamos mais facilmente evitar contactar e interagir com potenciais contaminantes comparativamente com aqueles objectos que não foram descritos como contaminantes”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar

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