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Ep. 684 Pedro Gil Ferreira – Observar as estruturas em larga escala do Universo para provar a teoria da relatividade de Einstein

September 19, 2019

ep684_interiorEsta investigação está a preparar a base teórica para estudar as futuras observações de estruturas em larga escala do Universo.


Pedro Gil Ferreira, professor catedrático na Universidade de Oxford e diretor de um instituto de cosmologia teórica, recebeu uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla em inglês) para testar a Teoria da Relatividade Geral de Einstein através da observação de estruturas em larga escala.

A Teoria da Relatividade Geral foi proposta por Einstein no início do século XX para explicar a gravidade. Até então a gravidade era vista como uma força entre dois corpos que ficava mais fraca quanto maior fosse a distância entre eles. Einstein sugeriu que a gravidade não é mais que uma manifestação de deformações no espaço-tempo.

“Ao pormos um corpo no espaço-tempo, deformamos o espaço-tempo. Quando um outro corpo passa pelo espaço-tempo, sente essas deformações criando a fantasia que aquilo é uma força”, explica.

A ideia desta investigação é que a relatividade geral é fundamental na descrição da expansão do Universo e da maneira como este se estrutura. Para o provar é necessário observar as estruturas em larga escala e a forma como estas são influenciadas pela gravidade.

“O que é uma estrutura em larga escala? Se uma pessoa olhar para o céu vê que há estrelas, se olhar com mais cuidado vê que há muitas galáxias e essas galáxias organizam-se no que se chama uma teia cósmica, organizam-se em filamentos, em paredes, afastam-se de buracos em nodos. Todas essas estruturas refletem a maneira como a gravidade funciona, ou seja, reflete a maneira como a relatividade geral entra em ação. Estudando a teia cósmica nós podemos tentar inferir como foi formada e como a gravidade entrou em ação”, revela.

Segundo Pedro Gil Ferreira, o objetivo desta investigação é preparar as ferramentas teóricas e científicas para explorar a nova geração de observações que serão geradas a partir dos novos observatórios que vão ser ativados nos próximos anos.

Exemplos desses observatórios são o satélite EUCLID da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), do Square Kilometer Array (SKA), e do Large Synoptic Survey Telescope (LSST) no Chile.

“Todas estas máquinas vão nos dar dados espetaculares e nós queremos estar preparados”, acrescenta.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Wikipédia | Oxford

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