Esta investigação avaliou a pressão exercida pelo lobby da indústria farmacêutica junto do Estado português durante o período de crise financeira entre 2012 e 2014.
Diogo Teixeira Pereira desenvolveu este estudo no âmbito de um programa de mestrado em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH NOVA) e a Nova School of Business and Economics (Nova SBE).
Esta investigação resultou na publicação de um artigo que analisou a relação entre o governo de Passos Coelho e um grupo multinacional de lobby da indústria farmacêutica inovadora representada pela Apifarma.
O artigo procurou compreender a pressão exercida dentro de portas entre o governo e a indústria farmacêutica inovadora e os canais pelos quais essa influência foi exercida.
O objetivo era averiguar se o governo tinha conseguido fortalecer a sua capacidade negocial junto da indústria farmacêutica.
Segundo Diogo Teixeira Pereira, por vezes o governo usa a sua posição num palco internacional para exercer pressão sobre um grupo a nível interno.
Durante o período em análise o governo de Passos Coelho procurou fazer uso da sua posição estratégica junto das entidades europeias para reduzir a despesa do Estado com medicamentos para 1%. O Estado pretendia assim que a indústria farmacêutica reforçasse a sua contribuição para esta meta no âmbito dos acordos realizados junto das entidades internacionais.
Contudo, a indústria teve consciência dessa estratégia e usou a sua própria influência internacional para fortalecer a sua posição perante o governo português.
“Os acordos não produziram efeitos permanentes no sentido em que não alteraram o comportamento dos agentes de forma duradoura. No final estes revelaram-se um instrumento eficaz para a indústria proteger o nível de preço dos medicamentos”, conclui.
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