ambiente,
90 seg

Ep. 765 Pedro Pinho – Projeto usa líquenes para monitorizar os níveis de azoto no montado alentejano

January 10, 2020

ep765_interiorEste projeto está a monitorizar a longo prazo os ecossistemas do montado alentejano. Um dos objetivos é usar ferramentas biológicas para avaliar os níveis de azoto em excesso provocados pelas atividades humanas.​


Pedro Pinho, investigador do grupo eChanges do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), espera com este projeto avaliar os impactos da atividade humana e das alterações climáticas nos ecossistemas do montado.

Para estudar o montado, um ecossistema típico do sul de Portugal, foi constituída uma rede de investigação a longo prazo chamada “Long term Socio-ecological Research Montado”.

Esta rede foi desenhada pela investigadora Margarida Santos-Reis e está desde 2012 a monitorizar este ecossistema a partir de imagens de satélite, através de trabalho de campo e através da relação que o montado tem com as diferentes atividades humanas na região.

“O montado é caracterizado por ter várias atividades no seu interior, temos obviamente a parte florestal, que nos dá a cortiça, mas temos também associadas outras atividades que compõem o montado que têm a ver com o pastoreio e com a agricultura que ocorrem dentro do montado, a maior parte das vezes em baixa intensidade”, conta.

Estas atividades libertam azoto para o ecossistema, e este azoto extra acaba por constituir um poluente para o montado. Um dos trabalhos desenvolvidos por Pedro Pinho passa por perceber quais são as consequências desse excesso de azoto para o montado.

Nesse sentido, esta equipa de investigação está a desenvolver ferramentas para avaliar os níveis de azoto no ecossistema e alertar quando estes excedem valores aceitáveis.

Para tal, Pedro Pinho está a olhar para a diversidade funcional dos líquenes que habitam este ecossistema.

Algumas espécies de líquenes são mais sensíveis ao azoto que outras. Ao monitorizar a proliferação assim como a perda das diferentes espécies de líquenes será possível calcular os níveis de tolerância deste ecossistema ao azoto e definir parâmetros de alerta para evitar que o montado sofra alterações.  

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | CE3C

Scroll to top