Estas compressas permitem seguir a evolução de uma ferida sem precisarem de ser removidas. Além de serem transparentes também possuem propriedades antimicrobianas.
Raúl Machado, investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Universidade do Minho (UM), dedica a sua investigação ao desenvolvimento de novos materiais inspirados em proteínas naturais como a elastina ou a seda do bicho-da-seda.
O laboratório de Raúl Machado desenha novos materiais a partir da informação genética de proteínas naturais. Com base nessa informação, estas proteínas são depois produzidas em fábricas celulares com recurso a microrganismos.
Posteriormente, estas moléculas são combinadas com péptidos antimicrobianos para obter um material compósito natural que reflete as propriedades das proteínas originais complementando-as com atividade antimicrobiana.
Com esta tecnologia foi possível desenvolver filmes transparentes que podem ser aplicados a uma lesão ou a uma ferida e que permitem acompanhar a sua evolução.
“Quando éramos miúdos e batíamos com o joelho no chão, tínhamos uma ferida e colocávamos um penso. Depois os nossos pais queriam ver como estava a ferida, tiravam o penso e fazia-nos bem pior porque o penso colava à ferida e podia voltar a abri-la”, conta.
Para além de ser possível acompanhar a evolução da ferida durante o seu processo de cura, estes materiais não provocam qualquer dor ao serem removidos.
“Como as células não aderem aos materiais que produzimos, conseguimos remover estes filmes sem que haja dor e sem piorar a própria ferida ou lesão”, revela.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | CBMA