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Ep. 789 Joaquim Ferreira – Estudo descobre ligação entre doença bipolar e doença de Parkinson

February 13, 2020

ep789_interiorEste estudo encontrou uma associação entre a doença bipolar e a doença de Parkinson. Os pacientes com doença bipolar têm uma propensão maior para desenvolver a doença de Parkinson quando comparados com o resto da população.


Joaquim Ferreira, neurologista e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), e investigador no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM), desenvolveu este projeto em colaboração com Patrícia Faustino, interna de neurologia e aluna da FMUL.

Na sua prática clínica, Joaquim Ferreira observou que alguns doentes com doença bipolar acabavam por mais tarde desenvolver um diagnóstico de doença de Parkinson.

A partir do seu trabalho final de mestrado, Patrícia Faustino desenvolveu uma metodologia para procurar na literatura científica evidências de ligação entre estas duas doenças.

Através de uma metodologia de revisão sistemática, a investigadora analisou os resultados de uma série de artigos publicados sobre estas doenças e determinou que era possível fazer uma associação entre a doença bipolar e a doença de Parkinson.

Isto significa que os doentes com doença bipolar têm um risco ligeiramente superior ao da população em geral de mais tarde virem a desenvolver a doença de Parkinson.

Esta informação pode ser útil para a prática clínica de psiquiatria.

“À luz dos nossos dados os nossos colegas psiquiatras devem considerar que estes doentes podem também apresentar uma doença de Parkinson. Isto é importante para o cuidado dos doentes porque esta associação permite tratar os doentes com os medicamentos que nós usamos para a doença de Parkinson, o que induz um claro benefício”, reforça.

A partir dos resultados obtidos neste estudo estão a ser desenvolvidos novos projetos para avaliar a ligação biológica entre estas duas doenças.

“Há um conjunto de novos projectos quer ao nível da investigação básica, quer ao nível das metodologias que nós utilizamos, para fazer a diferença entre estas duas doenças em termos clínicos”, revela.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | IMM

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