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Ep. 791 Rita Nunes – Desenvolvido software para melhor detetar a fibrilhação auricular

February 17, 2020

ep791_interiorEste projeto está a desenvolver algoritmos capazes de melhor detetar sinais de fibrilhação auricular, uma doença que afeta o coração.


Rita Nunes, investigadora do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) do Instituto Superior Técnico (IST), está a desenvolver este software com o intuito de tornar mais eficientes os atuais sistemas de imagiologia médica usados para detetar esta doença.

A fibrilhação auricular é uma doença que afeta entre 200 a 250 mil portugueses e que é caracterizada por uma arritmia crónica da aurícula do coração. O coração está dividido em quatro regiões, as aurículas e os ventrículos, que são responsáveis por bombear sangue para todo o corpo.

Para que o músculo cardíaco contraia é necessário que haja a propagação de sinais eléctricos que vão fazer com que o músculo se vá contraindo. No caso da fibrilhação auricular essa contração não é feita ao mesmo tempo. Há regiões da aurícula que contraem mais cedo do que as outras. Esta arritmia impede que o coração bombei o sangue de forma correta.

Para tratar esta doença é preciso identificar as regiões da aurícula onde a condução do sinal elétrico é mais lenta.

Com as técnicas convencionais de ressonância magnética é difícil identificar corretamente a região da aurícula que se encontra afetada.

Adquirir uma imagem através de ressonância magnética demora tempo. Da mesma forma que ao tirarmos uma fotografia de um objeto em movimento este fica desfocado, ao tentarmos adquirir uma imagem de um órgão que está em constante movimento como o coração, é difícil garantir que a imagem sairá bem focada.

Para tal é necessário sincronizar a aquisição das imagens ao ritmo cardíaco.

A abordagem desenvolvida por Rita Nunes procura medir o próprio movimento a partir dos dados recolhidos sobre o ritmo cardíaco do paciente. A partir destes dados a aquisição de imagens é sincronizada de forma a obter uma imagem mais nítida e em menos tempo.

Estes algoritmos estão a ser desenvolvidos com o intuito de serem aplicados em equipamentos de ressonância magnética já existentes. A ideia é desenvolver um software capaz de analisar os dados do paciente e adaptar a aquisição de imagens a essa informação.

Com este conhecimento será possível identificar a zona da aurícula que está afetada e corrigir a arritmia com maior precisão.

Saiba mais sobre a investigadora em: Google Scholar | ISR

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