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Ep. 799 Filipe Palavra – Estudo avaliou eficácia de medicamento no tratamento de crianças com esclerose múltipla

February 27, 2020

ep799_interiorEmbora a esclerose múltipla seja mais prevalente entre os 20 e os 40 anos de idade, cerca de 10% dos casos ocorrem ainda em idade pediátrica.


Filipe Palavra, médico neurologista no Centro de Desenvolvimento da Criança do Hospital Pediátrico de Coimbra e investigador no Instituto de Investigação Biomédica e Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), avaliou se um medicamento usado no tratamento de adultos com esclerose múltipla seria eficaz em pacientes menores de 18 anos.

Segundo o investigador, embora seja raro a esclerose múltipla manifestar-se em crianças e adolescentes, existe a necessidade de desenvolver estratégias terapêuticas para o tratamento de pacientes que manifestem sintomas desta doença numa idade precoce.

“A esclerose múltipla é uma doença agressiva que não tem efectivamente uma cura mas que se for diagnosticada e tratada precocemente pode ter a sua história natural particularmente modificada”, acrescenta.

Existe um medicamento, o Natalizumab que é particularmente eficaz no tratamento desta doença em adultos. Na falta de medicamentos específicos para o tratamento de esclerose múltipla em menores de 18 anos, os clínicos têm receitado o Natalizumab como alternativa terapêutica.

Neste estudo foram avaliadas todas as crianças portuguesas que foram tratadas com este medicamento.

“Nós sabemos que o Natalizumab não tem indicação formal para ser utilizado nesta faixa etária mas dada a gravidade da doença nós sabíamos que este medicamento era utilizado em alguns hospitais do nosso país”, revela.

Filipe Palavra entrou em contacto com os investigadores dos hospitais onde este medicamento foi receitado e reuniu dados de todas as crianças que foram expostas a esta medicação no passado.

A partir desta informação o investigador avaliou o resultado do uso deste medicamento no tratamento de esclerose múltipla em idade precoce.

Os resultados do estudo demonstraram que o medicamento é bem tolerado, que não apresenta grandes efeitos adversos relacionados com a sua utilização e que é particularmente eficaz no tratamento de esclerose múltipla em menores de 18 anos.

Estes resultados vão ser usados para recomendar o uso deste medicamento no tratamento de crianças e adolescentes que apresentem sintomas de esclerosa múltipla em idade precoce.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate

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