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Ep. 812 Inês Araújo – Investigação estuda como se desenvolvem novos neurónios após uma lesão cerebral

March 17, 2020

ep812_interiorO objetivo é perceber que sinais são trocados entre o tecido inflamado, as células da microglia, as células estaminais, e os novos neurónios que são formados após uma lesão.


Inês Araújo, coordenadora do Laboratório de Neurogénese no Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) e docente do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da Universidade do Algarve (UAlg), quer com este conhecimento desenvolver métodos capazes de manipular estes sinais de forma a melhorar a função dos novos neurónios, reduzindo o efeito provocado pela lesão.

Atualmente o grupo de investigação de Inês Araújo está particularmente interessado em perceber e identificar os sinais que afetam a formação de novos neurónios. Em particular, os sinais que o nosso cérebro produz após um acidente um acidente vascular cerebral ou na presença de um traumatismo crânio-encefálico.

“Quando temos situações de doença, situações de lesões e de trauma a formação de novos neurónios acaba por não ser regenerativa. Não conseguimos completamente recuperar as zonas que foram perdidas quando temos essas lesões ou determinadas doenças”, explica.

Segundo a investigadora, isto acontece porque o ambiente provocado pela lesão é extremamente agressivo.

“É um ambiente extremamente inflamatório e que não propicia condições para que estas células sobrevivam. Não permite que estas células se integrem nos circuitos que já existem e não permite que elas adquiram a função que é perdida quando temos essas lesões”, acrescenta.

Perceber como os sinais ocorrem entre as diferentes estruturas do cérebro responsáveis pela formação de novos neurónios é um passo essencial para o desenvolvimento de técnicas capazes de melhorar a sobrevivência destas células.

“O nosso principal objetivo é perceber como ocorre a sinalização entre o tecido inflamado, as células da microglia, as células estaminais, e os novos neurónios que estão a ser formados, e como podemos manipular esta sinalização de forma a melhorar a sobrevivência das novas células que se formam, assim como o seu recrutamento para as zonas lesionadas, de forma a conseguirmos promover uma recuperação das patologias ou das lesões que afetam o sistema nervoso”, revela.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UAlg

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