Este projeto está a desenvolver um inquérito que tem como objetivo conhecer o perfil dos pescadores de pesca lúdica em Portugal.
Mafalda Rangel, investigadora do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), espera com este projeto obter números precisos sobre o impacto da pesca lúdica na economia e na sustentabilidade deste setor no nosso país.
Segundo a investigadora, em Portugal há cerca de 200 mil pescadores licenciados por ano para a pesca lúdica, a pesca apeada, embarcada ou submarina. No entanto, uma vez que a pesca lúdica não é reconhecida para a gestão dos recursos pesqueiros esta atividade não foi até ao momento devidamente estudada.
Em 2018 este grupo de investigação desenvolveu um projeto piloto que procurou estudar a pesca lúdica em Portugal.
Neste estudo foi possível verificar que esta pesca tinha um importante impacto económico não só através das despesas diretas relacionadas com esta atividade, mas também através de despesas indiretas, e que a pesca lúdica era responsável por um volume considerável de capturas de espécies comerciais como o sargo e o robalo.
“Há uma grande componente de capturas principalmente para espécies como o sargo e o robalo em que as capturas se destacam significativamente verificando que estas são extramente importantes quando consideradas as quantidades nacionais que são capturas pela pesca comercial e pela pesca recreativa”, revela.
Este ano vai ser lançado um inquérito online que terá como objetivo definir o perfil dos pescadores lúdicos em Portugal e caracterizar o seu volume de capturas.
“Os pescadores vão receber uma mensagem por telemóvel e nessa mensagem está indicado o site do projeto onde terão acesso ao preenchimento de um questionário sobre as mais diversas características da sua atividade de pesca”, conta.
No final desse questionário os pescadores podem escolher fazer parte de uma equipa de especialistas.
Fazendo parte dessa equipa cada pescador vai ter acesso a uma página pessoal onde cada utilizador poderá registar as suas saídas de pesca.
“À medida que vão alimentando a página vão obtendo estatísticas atualizadas daquilo que foi pescado. Onde é que pescou, o que é que pescou, e desta forma nós conseguimos também ter uma janela sobre o que é a atividade de pesca ao longo do ano para diversos pescadores nas suas diversas modalidades”, explica.
Através desta plataforma será possível obter dados mais precisos sobre a captura das diferentes espécies de pescado no âmbito da pesca lúdica.
Esta informação pode depois ser usada para melhorar as atuais estratégias de gestão de pescado que, até ao momento, não incluem as capturas realizadas por esta atividade.
