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Ep. 846 Joana Pereira – Projeto estuda potencial da amêijoa asiática na remoção de contaminantes de águas residuais

May 04, 2020

ep846_interiorEste estudo está a avaliar o potencial da amêijoa asiática na remoção de contaminantes de efluentes de lagares de azeite e de águas residuais contaminadas com metais e cianobactérias.


Joana Pereira, investigadora no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA), está a estudar em laboratório as capacidades da amêijoa asiática na remoção de contaminantes.

A amêijoa asiática é uma espécie invasora com um forte impacto nos ecossistemas de água doce em Portugal. Este projeto está a tentar encontrar um uso para esta espécie que permita reduzir o seu impacto nos ecossistemas, ajudando a melhorar os sistemas de filtração de indústrias como a produção de azeite.

Joana Pereira está actualmente a testar a capacidade de remoção de contaminantes desta espécie em efluentes contaminados com metais, em efluentes de lagar de azeite, e em água contaminadas com cianobactérias.

“Sob o ponto de vista dos efluentes metálicos a amêijoa de facto consegue acumulá-los bastante bem nos seus tecidos. Relativamente aos efluentes de lagares de azeite nós só temos resultados qualitativos mas estes indicam-nos que ela também é capaz não só de acumular nos seus tecidos alguns contaminantes, nomeadamente compostos fenólicos dos efluentes da indústria de produção do azeite, como também consegue transferi-los para os sedimentos, através de um processo que nós chamamos de bypass em que elas filtram, não ingerem, mas envolvem os contaminantes em muco para que elas possam mais facilmente sair do organismo. Estes contaminantes depois depositam-se no sedimento e ficam sedimentadas no fundo do tanque para que possam ser removidas por meios mecânicos”, conta.

No que se refere às águas contaminadas com cianobactérias, acontece um fenómeno similar. A amêijoa asiática não é capaz de digerir as cianobactérias, mas consegue envolve-las em partículas e depositá-las nos sedimentos para que estas possam ser removidas mais tarde.

Se este sistema demostrar ser eficiente na remoção de contaminantes à escala industrial, poderemos ter encontrado uma solução sustentável para o tratamento de efluentes, assim como um método de redução do impacto desta espécie invasora nos ecossistemas locais.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CESAM

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