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Ep. 890 José Natário – É possível destruir um buraco negro?

July 03, 2020

ep890_interiorEste estudo avaliou a possibilidade de destruir um buraco negro tentando que este rodasse a uma velocidade superior ao seu limite máximo. Os resultados demonstraram que tal não seria possível.


José Natário, professor no Departamento de Matemática no Instituto Superior Técnico (IST) e investigador no Centro de Análise Matemática, Geometria e Sistemas Dinâmicos (CAMGSD), dedica a sua investigação ao estudo da relatividade matemática, uma área que consiste na análise matemática das equações de Einstein.

Além de todos os fenómenos já explicados pela gravidade de Newton, as equações de Einstein permitem estudar outros tipos de objetos como estrelas de neutrões ou buracos negros que que não seriam possíveis de compreender no contexto da gravidade de Newton.

Recentemente José Natário publicou um artigo que procurava responder à questão se seria possível destruir um buraco negro.

“Em geral os buracos negros têm rotação. Eles rodam e só podem rodar até uma velocidade máxima. O que nós estávamos a fazer inicialmente era um projeto para investigar se seria possível pôr um buraco negro a rodar mais que esse limite máximo atirando um certo tipo de matéria para dentro do buraco negro, nomeadamente cordas”, revela.

Esta análise permitiu verificar que é impossível acelerar a velocidade de rotação de um buraco negro para lá do seu limite.

“Parecia tão estranho aquilo estar a acontecer que achámos que isto devia ser um fenómeno geral e então acabámos por demostrar um teorema geral que afirma que sob certas circunstâncias, nomeadamente se a matéria que estamos a atirar para dentro do buraco negro for muito mais leve que o buraco negro e tiver energia positiva, não é possível destruir o buraco negro. Não é possível acelerar a velocidade de rotação do buraco negro acima desse limite máximo”, explica.

Este estudo levou à definição de um novo teorema geral que nos coloca mais próximos de desvendar os mistérios ocultos pela gravidade massiva dos buracos negros.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | IST

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