Este projeto está a desenvolver um sistema capaz de quantificar o material genético do vírus SARS-COV-2, responsável pela doença COVID-19, nas águas residuais. Com esta informação será possível identificar a circulação do vírus na comunidade e, potencialmente, estimar o número de pessoas infetadas numa dada região.
Mónica Vieira Cunha, professora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigadora no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), está a participar no COVIDETECT,
um projeto que visa a implementação de um sistema de alerta precoce da circulação do vírus SARS-COV-2 na comunidade baseado na monitorização, modelação e caracterização molecular do vírus em circulação nos sistemas de saneamento.
As pessoas infetadas por SARS-COV-2 podem excretar o vírus nas fezes e nas secreções orofaríngeas através do autoclismo ou do lavatório. Quando isto acontece, o vírus é lixiviado pelosefluentes dos sistemas de saneamento que chegam às estações de tratamento de águas residuais, também conhecidas como ETAR.
Nas ETAR, o vírus é eliminado ao longo das várias etapas do processo de tratamento. No entanto, é possível desenvolver um sistema de monitorização destas águas para detetar a presença do SARS-COV-2 e quantificar o seu material genético. É esse o objetivo do COVIDETECT.
A partir daí será possível tentar estabelecer correlações entre a carga viral e o número de pessoas infetadas, o número de internamentos, e comoutros indicadores epidemiológicos como o número de mortes por COVID-19.
Através da monitorização regular do material genético do vírus que chega às ETAR, será potencialmente possível caracterizar e estimar a variação no número de infetados na população que é servida por essas ETAR.
Esta informação ajudará a perceber se existem alterações da circulação do vírus com base nas variações da carga viral detetada nos efluentes.
O COVIDETECT é um projeto lançado pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, e que junta as Águas de Portugal, o Instituto Superior Técnico (IST), a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), as Águas do Tejo Atlântico, a Águas do Norte, e a Simdouro. A Direção-Geral da Saúde (DGS), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Entidade Reguladora de Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), a EPAL, e a Águas do Douro e Paiva, integram o concelho consultivo deste projeto.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | FCUL | C3EC
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