Este estudo avaliou de que forma o estatuto socioeconómico dos pais influenciava maracadores biológicos como o índice de massa corporal, o perímetro da cintura e a pressão arterial dos seus filhos.
Sara Soares, investigadora no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), desenvolveu este estudo com o objetivo de estudar as consequências biológicas da adversidade social na infância.
“O que nós pretendemos estudar era de que forma o estatuto socioeconómico dos pais influenciava os marcadores biológicos das crianças, como por exemplo o índice massa corporal, o perímetro da cintura, a pressão arterial, e também marcadores inflamatórios como a proteína c-reativa”, conta.
Com base em dados recolhidos a 2900 crianças residentes na área metropolitana do Porto, foi possível perceber que filhos de pais menos escolarizados, com profissões menos diferenciadas, e com rendimentos mais baixos, apresentavam maior índice de massa corporal, maior perímetro da cintura, pressão diastólica e sistólica alta, e níveis mais elevados de proteína c-reativa, quando comparadas com crianças de ambientes socioeconómicos mais favorecidos.
Segundo Sara Soares, estes dados indicam que as crianças de ambientes desfavorecidos encontram-se logo na infância numa trajetória de risco para a sua saúde.
“Nós vemos as alterações nestes marcadores, no entanto isto não quer necessariamente dizer que essas crianças vão desenvolver doença mais tarde na vida. O que nós vemos é que as crianças que nascem em contextos socioeconomicamente menos favorecidos apresentam já alterações biológicas que as colocam numa trajetória de risco mais elevado já nos primeiros 10 anos de vida”, revela.
Este estudo foi desenvolvido com base em informação recolhida de 2900 crianças no âmbito da coorte Geração XXI, um estudo longitudinal que, desde 2005, segue cerca de 8.600 participantes que nasceram nas maternidades públicas da Área Metropolitana do Porto.
Saiba mais sobre a investigadora em: twitter | Linkedin | Researchgate | Google Scholar | ISPUP
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