Este projeto tem como objetivos analisar os impactos da exploração mineral do mar profundo na fauna marinha, e promover o desenvolvimento de ferramentas para a mitigação desses impactos.
Nélia Mestre, investigadora do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg), participou neste projeto que mediu o efeito bioquímico de elementos metálicos, retirados do fundo do mar, em mexilhões e em camarões de profundidade.
“Estudámos o efeito do cobre em camarões de profundidade em câmaras de alta pressão. O cobre é importante porque é um dos principais elementos que compõem os minérios do mar profundo, como os sulfuretos polimetálicos. Analisámos também o efeito de uma pluma que contém restos de minerais de uma exploração mineira numa zona costeira que já integra todos os componentes metálicos, como o cobre, o zinco e o ferro”, conta.
A equipa de Nélia Mestre observou estes mexilhões costeiros durante seis dias. Durante esse tempo, estes animais estiveram expostos a uma pluma de elementos metálicos que era libertada por um robot aquático que apenas se limitava a agitar os sedimentos do fundo marinho, simulando a deslocação de robots na actividade mineira.
Nélia Mestre verificou que estas plumas induziram um impacto a nível bioquímico nos mexilhões que levou a uma forte deterioração do estado de saúde dos mesmos.
Este projeto concluiu que o conhecimento científico atualmente existente ainda não é suficiente para permitir a exploração sustentável destes recursos minerais. Para Nélia Mestre, é importante dar seguimento a estes estudos pois, para a investigadora, a exploração dos minerais no mar profundo parece ser inevitável.
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