Este sistema foi instalado em 23 grandes superfícies comerciais de norte a sul do país e esteve em funcionamento durante o ano de 2020.
Ana Vanessa Alves, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), estudou a implementação de um sistema de incentivo à devolução de garrafas de plástico não-reutilizáveis
Com este sistema os cidadãos eram convidados a depositar em máquinas localizadas em superfícies comerciais as garrafas de plástico, do tipo PET, não-reutilizáveis, de águas, sumos, refrigerantes ou bebidas alcoólicas. Por cada garrafa os participantes recebiam em talão o valor total correspondente às garrafas devolvidas, de dois cêntimos por cada garrafa entre 0,1 e 0,5 litros, e cinco cêntimos por cada garrafa acima de 0,5 e até 2 litros.
Estes talões podiam ser utilizados em compras, de valor igual ou superior, na loja onde as garrafas foram entregues. O valor recebido também podia ser doado a uma instituição de solidariedade social.
O objetivo era promover a reciclagem e usar o plástico recolhido para produzir materiais reciclados de elevada qualidade para a incorporação em novas garrafas de bebidas, de forma a promover a sustentabilidade ambiental através da economia circular.
Com este estudo foi possível concluir que a implementação do sistema de devolução de embalagens de plástico conseguiu alterar o comportamento dos consumidores.
Segundo Ana Vanessa Alves, os três principais fatores para um bom funcionamento deste sistema são o incentivo económico, a comunicação junto dos consumidores, e a localização das máquinas.
“Como vantagens e desvantagens do sistema concluiu-se que as vantagens são o incentivo económico, a garantia de uma reciclagem de melhor qualidade para estas embalagens, e um aumento da participação da população na separação das mesmas. No que diz respeito às desvantagens destaque-se o elevado tempo de espera para colocar as embalagens devido à manutenção destes equipamentos”, revela.
Ana Vanessa Alves espera que no futuro este sistema receba um forte apoio da população para promover o aumento da taxa de reciclagem destas embalagens de plástico.
Este projeto-piloto foi financiado pelo Fundo Ambiental e gerido por um consórcio composto pela Associação Águas Minerais e de Nascente de Portugal, pela Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB) e pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | MARE
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