Estes modelos estão a avaliar o uso e a libertação de carbono e de azoto por parte de diferentes sistemas de produção agrícola.
Tiago Morais, investigador no Centro de Tecnologia Marinha e Ambiental (MARETEC) no Instituto Superior Técnico (IST), está a desenvolver modelos para caracterizar o impacto de diferentes sistemas agrícolas nas emissões de gases de efeito de estufa.
Em particular, estes modelos vão caracterizar diferentes sistemas agrícolas em termos de consumo e libertação de carbono e de azoto com o objetivo de analisar o impacto destes sistemas nas emissões de gases de efeito de estufa e na qualidade do solo.
Enquanto o carbono está associado à emissão de dióxido de carbono, o azoto, elemento presente em fertilizantes, pode levar a uma eutrofização dos solos e dos sistemas aquáticos próximos de terrenos agrícolas, com um forte impacto na biodiversidade e na saúde dos ecossistemas.
“Neste modelo comparamos por exemplo a produção convencional, onde são utilizados fertilizantes sintéticos com a produção biológica onde os fertilizantes sintéticos são substituídos por outras fontes como a fixação biológica de azoto a partir de leguminosas”, refere.
Estes modelos permitem também avaliar diferentes cenários de alimentação animal, desde o uso de pastagens, resíduos agrícolas, à alimentação à base de grão.
Com estes modelos também será possível perceber o impacto deste setor nas alterações climáticas a partir de diferentes cenários de procura de produtos agro-alimentares.
“Um dos aspetos que mais influencia as emissões de gases de efeito estufa é precisamente a dieta, a dieta que nós escolhemos ter, e os sistemas agrícolas necessários para a sustentar”, acrescenta.
Com este trabalho, Tiago Morais alerta para a necessidade de identificar estratégias para tornar os sistemas de produção agrícola mais eficientes e sustentáveis, reduzindo a utilização de azoto e a emissão de carbono.
“Temos que melhorar a eficiência do sistema agrícola e a economia circular deste sistema para conseguirmos reduzir o nosso impacto”, reforça.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | MARETEC | IST
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