Estes aceleradores poderão ser aplicados na indústria ou no desenvolvimento de instrumentos de imagiologia médica.
Ricardo Fonseca, professor no Departamento de Ciências e Tecnologias de Informação no ISCTE-IUL e investigador no Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), está a participar na experiência AWAKE do CERN, a Organização Europeia para a Investigação Nuclear, com o intuito de desenvolver aceleradores de partículas de pequenas dimensões.
“Trabalho em física de plasmas computacional, o que significa que desenvolvo modelos numéricos de física de plasmas e que os aplico nos mais diversos fenómenos de interesse. Um exemplo de uma aplicação desses modelos na área da astrofísica é na interacção de feixes intensos de partículas com plasmas”, conta.
Recentemente, a equipa de Ricardo Fonseca colaborou com o CERN no desenho de modelos de simulação para a experiência AWAKE.
Esta experiência tem como objetivo acelerar partículas numa distância mais curto do que em aceleradores convencionais utilizando um dos feixes de partículas do CERN.
“Esta tecnologia já teve um longo percurso desde ter sido inventada no final dos anos de 1980 mas, actualmente, já tem alguma maturidade e, inclusive, nós já conseguimos usar esta tecnologia para criar feixes de partículas acelerados em distâncias muito mais curtas do que utilizando aceleradores convencionais”, reforça.
Por exemplo, o acelerador de partículas do CERN tem um anel com cerca de 27 quilómetros de circunferência. Com esta tecnologia essa distância poderia ser reduzida para alguns metros.
Segundo Ricardo Fonseca, isto abre um novo leque de possibilidades para a utilização de aceleradores de partículas quer a nível industrial, quer a nível da imagiologia e da terapia médica.
“Nós acreditamos que estes aceleradores de pequenas dimensões irão revolucionar bastante a forma como como estas práticas são feitas, quer agora, quer no futuro”, remata.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | ISCTE
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